A solidão e a solitude

É sexta à noite. Eu decidi pegar um Uber e ir em um bar no bairro que eu gosto bastante. Ele está vazio, e não trouxe meus fones de ouvido pois tem discotecagem hoje. Na ida, me senti meio estressada com o barulho dos carros e com o trânsito.

Cheguei e agora estou escrevendo esse texto e refletindo em algo: percebi que já tem um bom tempo que não saio com amigues, pelo menos não com a frequência que eu saía antes.

Muitas vezes, sair com minhas melhores amigas era algo taken for granted, em que eu sabia que iríamos nos ver em algum momento da semana. Mas agora as vezes com a qual nos vemos se tornou cada vez mais distante.

Tenho me acostumado a sair só. Morar sozinha, trabalhar de casa, todas essas coisas tem me deixado um pouco craving for socialization. Em alguns momentos, isso se parece como a perfeita solitude: ser uma pessoa independente que não precisa de ninguém pra ser feliz.

Mas em alguns momentos, é na verdade pura solidão. São momentos em que geralmente estou mais fragilizada e precisando de companhia, mas que não tenho companhia.

Me lembro de uma vez, no auge da minha fase suicida, que minha mãe insistiu muito pra que eu desistisse de morar só. Nós brigamos, e em algum momento eu falei que tenho minhas amigas.

E ela me falou: então cadê elas??

A real é que minhas amigas estavam lidando com as próprias vidas e também tendo os próprios problemas pra resolver.

Eu acho que a ideia desse post não era me vitimizar ou colocar minhas amigas como pessoas que me deixaram de lado, mas sim pra refletir um pouco em como as vezes a vida é tão solitária.

Além disso, eu acho que é um certo pedido de ajuda. Eu tenho dificuldade em fazer esses pedidos para pessoas. Eu não quero parecer inconveniente. Mas eu estou quase chorando. Eu estou instável. Eu não sei o que está acontecendo comigo.